sexta-feira, 30 de maio de 2014

O nojo do PS

Depois da cagada que fez no Governo, o PS devia guardar um longo período de nojo em relação ao País e só voltar a aparecer em público quando tudo estivesse completamente esquecido: isto é, daqui a três ou quatro gerações. A regeneração ou refundação do partido devia ser feita na intimidade socialista, longe dos holofotes e dos microfones, e até os congressos deviam ser à porta fechada, quanto mais não fosse por uma questão de saúde pública.
Mas eles não resistem, são vaidosos de mais e inteligentes de menos para nos largarem a braguilha. E têm à disposição três canais nacionais de telenotícias 24X24 que também precisam deles como de pão para a boca para enchouriçarem "apontamentos de reportagem" e "comentários em cima da hora" que fazem tanta falta ao nosso quotidiano como uma viola num enterro. Estão bem uns para os outros.
Este fim-de-semana deram-nos o espectáculo da entronização de António José Seguro. Um triste espectáculo. O escusado congresso do PS teve tanto sumo que, depois de exaustivamente espremido pelos especialistas de serviço, ficou reduzido a um tal episódio da cadeira, envolvendo Seguro e António Costa, o ponto alto de um evento que terá servido apenas para marcar a diferença fundamental e definitiva entre o actual líder socialista e o outro, o que foi embora: ao contrário de Sócrates, este agora parece que gosta dos jornalistas...
E o País sossegou.

(Texto escrito e publicado no dia 12 de Setembro de 2011. E querem dar-nos mais do mesmo.)

2 comentários:

  1. Fique o caro amigo descansado que, estou certo, na falta do referido período de nojo do PS em relação ao país, este o guardará, religiosamente, em relação ao PS (não sei bem é por quantas gerações! Mas, também não passa de um pormenor porque, acredito, entretanto algumas morrerão de fomeca...)!
    j.

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  2. A fome. Ora cá está um interessante processo de selecção natural e eliminação dos pobres que nos levará um dia a sermos um país só de ricos. Os nossos políticos são uns visionários.
    Obrigado pela visita e pelo comentário, caro j.

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