Na década de 70 do século passado houve em Portugal um notável avançado chamado Chico Gordo. Bernardo Francisco da Silva passou pelo FC Porto, Tirsense, Lourosa, Braga (creio que ainda é o melhor marcador da história dos arsenalistas no campeonato) e Setúbal, tendo brilhado também a grande altura numa famosa equipa do FC Moxico que foi campeã de Angola na época de 1972/73, portanto no tempo ainda da Guerra Colonial, ao lado de outros craques como Varela, Valença (o Fafe) ou Seninho. Exactamente, esse Seninho supersónico que, anos mais tarde, deixou as Antas para se juntar a Pelé, Carlos Alberto, Beckenbauer, Chinaglia ou Neskeens nos galácticos originais, os New York Cosmos, nos EUA.
Mas estão a ver o Chico Gordo, que por acaso até era magro, não estão?
Pronto, não era dele que eu queria falar. Era de outro Chico, que, este sim, está gordo como um chino: o Francisco José Viegas, que parece rebentar pelas costuras. Vi-o ontem, por acaso, em Caminha, onde o novo secretário de Estado da Cultura teve de gramar a pastilha de servir de aio de honor ao Presidente da República, que visitava a vila alto-minhota.
O Chico está o mesmo: um tipo porreiro, sem peneiras de governante, de fato cinzento mas sem gravata (ele nunca foi de gravata e também não há para aquela tamanho), agarrado à cigarrilha porque ainda era cedo para o charuto, sem séquito de chegamissos, passando pelo meio do povo que aguardava Cavaco Silva, pedindo educada e discretamente "dá licença, dá licença" como outra pessoa qualquer. E isto é bom.
Mas está mais largo, muito mais largo. Para os lados e para a frente. E isto pode ser mau. O Chico, Deus o abençoe, gosta do melhor que a vida tem: da boa mesa, de um bom vinho, de um puro cubano, do FC Porto, de uma charla entretida. Mas tem de se pôr a pau. Não só por questões de saúde ou estética, nem por ter a obrigação de ser agora, mais do que antes, um exemplo para o País. É que ele já tem problemas que cheguem com o Fisco, e, nos tempos que correm, tanta gordura até pode ser considerada sinal exterior de riqueza e ainda acaba a pagar imposto.
Já agora: como gostei de ver a descontracção e o empenho com que Maria Cavaco Silva cantou o Hino Nacional tocado pela Banda de Lanhelas! O secretário de Estado da Cultura, nem nota...
Sr. Neques, quando vi a imagem na televisão, chamei a atenção da minha mulher para isso mesmo: "Olha que gordo que está o director (para mim, há-de ser sempre o director. É uma das gazetadas que ficou!)". Deve ter sido de ter acabado com as crónicas gastronómicas. Agora só come e não tem de escrever, por isso engorda. Mas, mesmo com o estômago proeminente, mantinha o seu bom aspecto de sempre.
ResponderEliminarAbraço. P.
Andei por lá a mostrar as "bruxas" à minha filha. Mas foi no domingo...
ResponderEliminarCaríssimo P.,
ResponderEliminarE é preciso que se note que, como muito bem sabe V. Ex.ª, a televisão emagrece. Agora, imagine ao vivo. O chão da esplanada do Café Central até estremecia...
Sempre a considerá-lo.
Abraço e cumprimentos à Exm.ª família,
Neques
Caro Anónimo,
ResponderEliminarSempre atrasado...
Desculpe, sim... 6ª ou sábado po lá andarei de novo e, não tarda mesmo NADA, piro-me de vez. Abraço.
ResponderEliminarj.
Quanto ao atraso, meu caro, não imaginas. No sábado fui obrigado a vestir-me de pinguim...
ResponderEliminarPS: não há fotos disponíveis.
Caro j.,
ResponderEliminarQuando o meu amigo diz "de vez" quer mesmo dizer de vez, ó felizardo? Ou de vez neste Verão?
...neste Verão. Quem me dera um "de vez de vez".
ResponderEliminarj.
Pena! Fiquei cheio de inveja por pensar que o meu amigo ia, de vez, primeiro do que eu. Atenção que eu não sei se alguma dia vou mesmo poder ir de vez (a conjuntura indica o contrário). Mas cá em casa gostamos de ter o sonho.
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