quarta-feira, 30 de abril de 2014

Devia ser proibido escrever proíbido

A minha junta de freguesia, que agora se chama de Matosinhos e Leça da Palmeira, parece nome de nobreza, colocou ali em baixo um contentor para recolha de roupa e calçado usados. É uma boa ideia. Mas o contentor, sendo novo em folha, veio com defeito de fabrico. Traz palavras que não existem na língua portuguesa: diz que "É proíbido o acesso ao interior" do dito e alerta para a "Afixação proíbida" no mesmo. "Proíbido"? "Proíbida"? Onde caralho foram buscar o acento? Isto não é distracção, é apenas um dos erros mais comuns do famigerado analfabetismo institucional - é burrice. Porque, se pensarmos um bocadinho e não fizer doer muito a cabeça, dá mais trabalho pôr o acento do que não pôr. O acento que não é preciso é, então, intencional. Trata-se, portanto, de ignorância militante. Oficial e registada.
E era tão fácil perceber que é proibido e proibida. Antes até da gramaticazinha, bastava ouvir o que se escreve...

Em todo o caso, realce-se a pertinência do aviso contra a "Afixação". Está bem visto. Olhar afixamente seja para onde for e sem pestanejar faz realmente muito mal aos olhos.

Foto Hernâni Von Doellinger

3 comentários:

  1. Sempre atento, se Nane! E bem atento!
    Grande abraço,
    P.

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  2. Isto acontece por razões icnómicas... É como despoletar. Digo eu que se retirares a espoleta, até podes dar um chuto na granada. Chega de divagações...
    ja

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