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sábado, 14 de junho de 2025

As pancadas de Jean-Baptiste Poquelin

Quando elas morriam de pé
"Morta por dentro, mas de pé, de pé, como as árvores", dizia a Senhora Dona Palmira Bastos, batendo altaneira com a bengala no tablado, na beleza insubstituível do preto e branco da televisão antiga. A queridíssima Senhora Dona Palmira Bastos tinha quase noventa anos e ainda não sabia das motosserras, do urbanismo autárquico em Portugal e da Amazónia no Brasil.

O francês Jean-Baptiste Poquelin inventou as famosas pancadas de Jean-Baptiste Poquelin, as quais, secas e consecutivas, batidas no piso do palco, anunciavam ao público o início de um espectáculo teatral. Alguém alvitrou, no entanto, que chamar pancadas de Jean-Baptiste Poquelin às pancadas de Jean-Baptiste Poquelin não tinha jeito nenhum, até soava mal ao ouvido, e que chamar-lhes, por exemplo, pancadas de Molière seria muito mais engraçado. Tinha razão. As pancadas mudaram então o nome para Molière e Jean-Baptiste Poquelin também. Assim se passaram as coisas.
A primeira vez que eu as ouvi, às pancadas, foi em Fafe, no nosso Teatro-Cinema, há bem mais de meio século. Teatro amador, mas pancadas profissionais, competentes. Era a récita de "Selo de Chumbo", um dramalhão em três actos de Armando Tavares, levado à cena pela prata da casa, com, entre outros e outras que infelizmente me fugiram da memória, Nélson Fafe e o Sr. Moreira, enormes actores e ensaiadores, o Tónio da Legião, estou em crer, e até o meu padrinho Américo terá tido um pequeno papel, coisa de uma deixa, duas palavras, mais não, entrada por saída, numa interpretação que ficou para a posteridade. O final da peça, se bem me lembro, era de fazer chorar as pedras da calçada...
As pancadas de Molière foram entretanto substituídas por apitos ou campainhas e por uma voz de altifalante que manda desligar os telemóveis.

P.S. - Versão optimizada, publicada no meu blogue Mistérios de Fafe.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Firme e hirto como uma barra de ferro


Não sei se foi pelos 16 de Maio ou pela Senhora de Antime, talvez fosse pelo Natal ou então ocorreu num dia qualquer, anónimo, um dia sem atributos que o destaquem ou recomendem. Mas aconteceu. Uma vez, um artista hipnotizador, quiçá mentalista e certamente ilusionista veio dar um espectáculo ao nosso Cinema e eu, que era mocico e pobre, não entrei, não vi, porque era preciso pagar bilhete para entrar. E era uma bonita tarde de sol. Para chamar povo como no Poço da Morte dos 16 de Maio e da Senhora de Antime, o artista hipnotizador, quiçá mentalista e certamente ilusionista fez cá fora, na Rua Monsenhor Vieira de Castro, o famoso número de conduzir um carro com os olhos vendados, naquele bocado de estrada entre a esquina do Santo Velho e o ateliê do Zé Manel Carriço, exactamente nesse sentido, que era permitido na altura, nem cem metros sempre em linha recta, assim também eu, foi o que então pensei, e no entanto ainda hoje não sei conduzir nem tenho carta de condução, com os olhos abertos ou fechados. O mirabolante número da condução em braille terá sido feito cá fora de mais a mais porque lá dentro decerto não daria jeito, cheguei também a essa importante conclusão aqui atrasado, quando finalmente percebi que o bonito Teatro-Cinema de Fafe, apesar de realmente glorioso e frequentemente "icónico", é muito mais pequeno do que eu o supunha no meu tempo.
Esperei pelas horas à sombra, no passeio em frente, fazendo malha com o cotão dos bolsos, discretamente, encostado à histórica casa-mãe dos Summavielles, como já lhe chamei, e que era habitual sítio de estar. No final da função, os ilustres que pagaram para entrar e ver disseram-me que aquilo lá dentro não prestou, que não valera o dinheiro. Felizmente para eles, a saída era de graça...
O artista talvez fosse o Professor Karma, esse extraordinário e irrefutável hipnotizador de galinhas, lembrei-me agora, mas de momento não estou em condições de o afiançar sem correr risco de levar com um par de desmentidos no focinho. Era, em todo o caso, "um" Professor Karma, ainda que vestisse outro nome mais ou menos estrambólico. O grande Zandinga, haveria eu de conhecê-lo pessoalmente, alguns anos mais tarde, numa noitada para lá de estranha, no Porto, e Alexandrino, o cromo do "firme e hirto como uma barra de ferro" a quem Herman José deu fama, é muito mais recente.
Em Fafe apareciam de vez em quando uns fenómenos assim, prontos a facturar sem serem convidados, e uma ocasião até nos quiserem impingir espectáculos de luta livre nos antigos Bombeiros, com cartazes sugestivos, os sensacionais Tarzan Taborda, José Luís, Carlos Rocha e tudo, vindos directamente do Coliseu dos Recreios, do Parque Mayer e do Pavilhão dos Desportos de Lisboa. Eu conto falar proximamente de mais algumas dessas extraordinarices fafenses, antigas, na linha do artista hipnotizador, quiçá mentalista e certamente ilusionista armado em cego que nos veio enganar a preço eventualmente módico numa bonita tarde de sol. Os fafenses de hoje em dia não fazem ideia da sorte que têm com a programação que lhes colocam actualmente ao dispor, do melhor que pode ser visto e ouvido em Portugal, e digo isto apenas por inveja retroactiva e, por uma vez, sem ponta de cinismo.

P.S. - Este texto tem truque. Já assinalou o Dia Mundial do Hipnotismo e o Dia Mundial do Braille. Hoje é Dia Mundial do Mágico, et voilá...

domingo, 1 de dezembro de 2024

Um teatro chamado Cinema

Foto Hernâni Von Doellinger

Eu respeito o Teatro-Cinema de Fafe. O Teatro-Cinema de Fafe diz que se chama Teatro-Cinema, até tem o nome escrito na testa, "Teatro-Cinema", e eu cumpro-lhe a vontade. Para mim, o Teatro-Cinema é o Teatro-Cinema. Isto é, Teatro-Cinema com hífen, isto é, com tirete, isto é, com traço-de-união, isto é, com traço, isto é, com tracinho, como diz o povo. Teatro-Cinema, assim. Outros não pensam desta maneira.
Há quem lhe chame Cine-Teatro, até em documentos moderadamente oficiais, mais ou menos lisboetas, do chamado Património, e cineteatro, em bom rigor, quer dizer exactamente o mesmo que teatro-cinema, isto é, edifício que permite ou onde se realizam espectáculos de cinema e teatro ou vice-versa. É, portanto, correcto quanto ao conteúdo. Mas o nome verdadeiro está lá em cima, indesmentível, "Teatro-Cinema".
O meu avô da Bomba e os da geração do meu avô da Bomba chamavam-lhe, é verdade, Cine-Teatro, lembro-me disso, era nome em voga. O meu pai, eu e os da minha geração chamávamos-lhe e chamamos-lhe Cinema, porque no nosso tempo era o que lá havia e dizia-nos respeito, era o que tínhamos e amávamos, cinema, o meu Cinema Paraíso, com já aqui contei. Mas, insisto, o Teatro-Cinema, chamem-lhe os nomes que quiserem, se lhe perguntarem, diz que se chama "Teatro-Cinema". Está à vista de toda a gente.
Entretanto, não sei quem, mas doutores certamente, não sei quando nem sei porquê, a coberto da noite e da Câmara Municipal, alguém foi, vamos um supor, ao Teatro-Cinema e sonegou-lhe o hífen, isto é, o tirete, isto é, o traço-de-união, isto é, o traço, isto é, o tracinho, como diz o povo. E agora os serviços e a propaganda do Município chamam Teatro Cinema ao nosso Teatro-Cinema, quem dera que não se lembrem também de ir a Braga abafar o agá do Theatro Circo.
Ora bem. Fafe tinha o Teatro-Cinema. O Teatro-Cinema, de Fafe, edifício-sala-local para apresentações teatrais e sessões cinematográficas. Agora tem o Teatro Cinema, isto é, um teatro chamado Cinema, isto é, Teatro Cinema, como Teatro Antunes, como Teatro Maria Alice, como Teatro Aberto, como Teatro Privado. A palavra Cinema passou a nome do teatro. Teatro Cinema. Se ainda fosse no meu tempo, que era só filmes, ainda vá que não vá, mas actualmente, que é sobremaneira palco e o cinema mora ao lado, não vislumbro o sentido da coisa. Outros certamente vislumbrarão.

Resumindo e concluindo. A Câmara de Fafe, isto é, a autarquia, isto é, o Município, tem de fazer alguma coisa. E eu sei muito bem como é que isto se resolvia. Era chamar a "magirus" dos Bombeiros e mandar lá acima um trolha de confiança para apagar de vez o hífen, isto é, o tirete, isto é, o traço-de-união, isto é, o traço, isto é, o tracinho, como diz o povo. E os doutores passavam a ter razão.

domingo, 10 de novembro de 2024

Banda de Revelhe em concerto


No próximo dia 24 de Novembro, um domingo, pelas 17 horas, o Teatro-Cinema de Fafe acolhe o concerto comemorativo do 170.º aniversário da Banda de Revelhe - Sociedade Filarmónica Fafense. A entrada é livre, mediante apresentação de bilhete que pode ser levantado na Loja de Turismo de Fafe.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

É correr, antes que esgote!

Foto Hernâni Von Doellinger

Marisa Liz, Miguel Araújo e António Zambujo voltam a Fafe, em Dezembro, para o encerramento das comemorações dos 100 anos do Teatro-Cinema. Marisa Liz no dia 7, Miguel Araújo no dia 13, António Zambujo no dia 21. Cartaz de luxo.
E é extraordinário! O espectáculo de Marisa Liz "esgotou" logo após ter sido anunciado, como costuma acontecer naquelas terrinhas cómicas onde, há quem diga, os do costume abarbatam-se primeiro aos bilhetes e só depois colocam o restinho à venda, mas Fafe não é certamente assim, como, de resto, o Município se apressou a explicar.

P.S. - Publicado originalmente no meu blogue Fafismos. E entretanto Zambujo também já esgotou.

segunda-feira, 11 de março de 2024

Salão António-Pedro Vasconcelos

Foto FafeTV

Era uma vez, há doze anos, manifestei a minha mais simplória estranheza derivada ao facto de Fafe, a minha terra, ter perfilhado o cineasta portuense Manoel de Oliveira e até lhe ter dado de prenda uma sala de cinema, isto é, ter dado o nome de Manoel de Oliveira à Sala Manoel de Oliveira do Teatro-Cinema de Fafe. Não percebi de onde é que se desencravou a extraordinária ideia, a eventual razão da coisa, que relação haveria ali, e até escrevi na altura: "ainda me hei-de rir quando (e se) conseguir perceber porquê".
Ainda não percebi. Estou há doze anos sem me rir, e tanta seriedade já me faz diferença.
O cineasta António-Pedro Vasconcelos, aliás APV, ali em Cima da Arcada na melhor companhia do mundo, com o Senhor Francisco Oliveira, nasceu em Leiria e viveu geralmente em Lisboa, mas vinha amiúde e em miúdo a Fafe, "onde tinha e tem família", segundo leio e ouço na FafeTV. Em 2015, homenageado na quinta edição do Fafe Film Fest, e a fotografia há-de ser certamente dessa ocasião, APV, o cineasta que queria que as pessoas vissem cinema, fez questão de dizer, coisa linda: "Nasci, acidentalmente, em Leiria, mas considero-me um homem do Norte e, em particular, de Fafe, terra onde vivi parte da minha infância".
Perante tamanho confessamento de fafismo, que eu, verdade seja dita, por acaso até desconhecia, a benemerente Câmara de Fafe, se deu ao outro uma sala, ao outro que não nos pertence, que não nos é nada, a este, ao António-Pedro, que se reclamava nosso, de borla, e por isso é efectivamente nosso, com todo o direito, tem de dar pelo menos um salão. Isso, um salão, nem que seja ao ar livre. Até estou a ver, com luzinhas e estrelinhas a acender e a apagar, no meio do Largo, música de John Williams, passadeira vermelha e holofotes à Hollywood apontando ao céu: "Salão António-Pedro Vasconcelos"...
Ou então que mandem o APV para a bicha, como fizeram com o escritor também nosso João Ubaldo Ribeiro.

P.S. - A sala de cinema do Teatro-Cinema de Fafe devia chamar-se, por exemplo, Sala Dona Laura Summavielle. Mas para saber disso é preciso ser-se de Fafe desde pequenino...

(Publicado originalmente no meu blogue Fafismos)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Eram outros carnavais

Foto Hernâni Von Doellinger

Na minha terra, naquele tempo, festividades assim familiares e praticamente religiosas como por exemplo o Entrudo tinham as suas normas, liturgia própria. Exigiam pompa e circunstância. Em Fafe, pelo Carnaval, a grande tradição eram, se me dão licença, os peidos-engarrafados lançados no Cinema. Uma lixeira de confetes e serpentinas, alguns pares de estalos, encontrões, ameaças e correrias tolas, mas sobretudo peidos-engarrafados, um fedor que não se podia mas uma grande risota, ou se calhar um grande risoto, como hoje em dia será mais fino dizer. Peidos-engarrafados e pimenta. Exactamente, pimenta culinária sacudida dos camarotes para cima da plateia. Enquanto isso, o filme. De preferência uma coboiada, com muitos tiros e estrondosas cavalgadas, mas normalmente não, porque o "programador" tinha uma ideia morcona de divertimento e folia, em nome de Deus, Pátria e Família. Anos sessenta e setenta do século passado - Portugal era assim, regra geral. Um país a bem da Nação. E há por aí uns que tais que querem esta merda de volta.
Durante o resto do ano, no Cinema, só eram permitidos peidos biológicos, caseiros, que, não desfazendo, também eram uma categoria, e para além disso tínhamos o Moisés, que isso então nem se fala! Eram peidos subversivos, contra o governo, que nos alimentava a couves e tínhamos de as comprar, porque nem os ricos as davam - vendiam-nas como se precisassem ou preferiam deitá-las aos porcos, que infelizmente não éramos nós, os pobres, no caso em apreço.

No nosso Carnaval havia corso pelas ruas do centro da vila. E o rei momo era o Tónio da Legião, bonacheirão, afavelmente decilitrado, com coroa, manto e barbas a condizer, e só podia mesmo ser ele, no trono, lá do alto do carro alegórico, palácio ou castelo, olhando de lado para o mundo. Não me lembro se lhe deram rainha. O Tónio da Legião tinha uma queda tremenda para a amizade e para a cozinha, mas isso não vem hoje ao caso. E o Aristides Carteiro, que era um senhor e praticava humorismo nas horas vagas, abria o cortejo mascarado de ciclista, realmente um disfarce à altura do seu insuspeito porte atlético.

Pelo Entrudo, em Fafe, queimava-se o Pai das Orelheiras, velha tradição popular, de afirmação de rua, que andou perdida durante anos e que a Câmara Municipal resgatou em 2017, se não me engano. No nosso Santo Velho nós fazíamos a fogueira e queimávamos o figurão. Era o ponto alto do dia, que por acaso era à noite. As nossas mães diziam-nos para não brincarmos com o fogo, porque senão, quando fôssemos dormir, iríamos mijar na cama. Nós brincávamos na mesma e ao entrarmos em casa para dormir levávamos logo o ensaio do costume, mesmo antes de se saber se mijávamos ou não, e eu achava isso muito injusto e provavelmente ilegal.
Não me vou armar em Freud, mas naquele dia elas vestiam-se deles e eles vestiam-se delas. Era uma ocasião muito esperada. Uma oportunidade. Adultos, casados e afins, saíam para a rua aos pares com as roupas ao contrário e as caras tapadas com caretas de papelão compradas no Rates, que tinha tudo mesmo antes de terem sido inventadas as lojas que têm tudo, farmácias à parte e hoje em dia os talhos. Assim disfarçados e de boca calada, os pares de foliões metiam-se com os vizinhos, e o grande divertimento era tentar descobrir quem seriam os tratantes, desconfiando-se sempre deste ou daquela, tu a mim nunca me enganaste...
A coisa às vezes acabava à pancada, mas quê, era Carnaval e ninguém levava a mal. Além disso, estávamos em Fafe e tínhamos os peidos. Os peidos-engarrafados, quero dizer.

É, bons tempos: pobretes mas alegretes. Fafe tinha belas tradições. Era tudo muito bonito e os peidos eram o nosso escape natural, o epítome do divertimento que se podia.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Engana-me, que eu gosto...

Uma vez, um artista hipnotizador e talvez ilusionista veio dar um espectáculo ao Cinema e eu, que era mocico, não vi, porque era preciso pagar bilhete. E era uma bonita tarde de sol. Para chamar povo como no Poço da Morte, o artista hipnotizador e talvez ilusionista fez cá fora, na Rua Monsenhor Vieira de Castro, o famoso número de conduzir um carro de olhos vendados, naquele bocado entre a esquina do Santo Velho e o ateliê do Zé Manel Carriço, exactamente nesse sentido, que era permitido na altura, nem cem metros sempre em linha recta, assim também eu, foi o que então pensei, e mais ainda hoje não sei conduzir. O número terá sido feito cá fora de mais a mais porque lá dentro decerto não daria jeito, cheguei igualmente a essa conclusão. Esperei pelas horas à sombra, no passeio em frente, encostado à casa-mãe dos Summavielles, como já lhe chamei. No final, os que pagaram para entrar disseram-me à saída que aquilo não prestou. Felizmente a saída era de graça...
Em Fafe apareciam de vez em quando uns fenómenos assim, e até nos quiserem impingir espectáculos de luta livre nos antigos Bombeiros, com cartazes sugestivos, os sensacionais Tarzan Taborda, José Luís, Carlos Rocha e tudo, vindos directamente do Coliseu dos Recreios, do Parque Mayer e do Pavilhão dos Desportos de Lisboa. Eu conto falar proximamente de mais algumas dessas extraordinarices fafenses, mas aqui atrasado lembrei-me do artista hipnotizador e talvez ilusionista armado em cego que nos veio enganar numa bonita tarde de sol. Hoje é Dia Mundial do Mágico, e lembrei-me dele outra vez. É o que eu estou farto de dizer à minha mulher: isto anda tudo ligado!...