Hoje não há umas vagenzitas?
Empratei o jantar da minha sogra: uma posta de bacalhau cozido com
três dedos de altura por um palmo de comprimento, um ovo aberto ao meio,
cinco batatas médias partidas em quartos, um dilúvio de azeite e duas
pingas de vinagre branco, como ela gosta. A minha mulher colocou-lhe à
frente aquela reprodução dos Himalaias em tamanho natural, e a minha
sogra, 88 anos, mal-humorada por princípio e por prazer, resmungou: -
Hoje não há umas vagenzitas?...
Não havia. Era segunda-feira e à segunda-feira cá em casa é assim, uma tradição que vem de Fafe. A minha sogra limpou o prato em menos de cinco minutos, mas sob protesto, que fique registado.
P.S.
- Vagem, neste caso, é feijão-verde. Ou, melhor dito, vage. As vages,
posso esclarecer, são ao almoço de quarta-feira para uma pessoa, com pescada quase
sempre fresca. E outra coisa: com bacalhau, a minha sogra bebe um
fundinho de vinho. Diz que é dado: bacalhau, portanto vinho. Mas isso é
lá uma tradição dela...
Mãos ao ar!
Notícias do des-con-fi-na-men-to. Fui à minha farmácia, à hora da abertura, e já se
podia entrar. Dois de cada vez, mascarados como para um assalto e de mãos previamente
desinfectadas por causa das impressões, e eu cheguei em segundo. Estava a contar com uma medalha
mas as cerimónias protocolares foram suspensas derivado à pandemia.
Entregaram-me o Losartan com todos os cuidados e na maior das
confidencialidades, e isto que não saia daqui...
A máscara
Adaptou-se razoavelmente ao uso da máscara. Para comer é que era uma desgraça. Um chiqueiro...
De vaquinha para o desemprego
As viagens de casa para o desemprego e do desemprego para casa
custavam-lhes os olhos da cara. Organizaram-se. Agora vão de vaquinha.
Para e do desemprego.
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