domingo, 15 de março de 2020

Agá Ramos, ao dispor

Gosto de palavras, gosto do falar antigo, gosto de nomes, gosto de brincar com nomes. Gosto de me rir. E às vezes rio-me com os nomes que me vêm à cabeça, por exemplo Al Mirante, Bill Tre, Sam Dwich, Sara Pinto, Rick Ardo, Poly Ban, Bica Bornato, Bee Tock, Herr Nesto, Sade Miranda, Bob Adela, Rui Barbo, Bib Alves, Ono Mástico, Ray Naldo, Ca Trel, Pio Nés, Kris Talino, Dick São, Tony Truante, Sal Amandra, Mick Ose, Lee Moens, Rita Lina, Aury Cular, Ted Io, Nick Utina, Otto Mano, Su Papo, Tuli Creme, Gal Déria, Philip Inas, Ary Ston e Karl Inga. Rio-me também do meu apelido, doellinger, que não levo a sério e só me arranja confusões. Silva servia-me muito bem. E sabem que mais? Quem se leva a sério é tolo. Eu sou o meu principal motivo de riso, e farto-me de rir. Rio-me de mim até na desgraça, e ó se eu sei o que é a desgraça!...
Eu assino agá. Exactamente agá pequenino ponto, h., sei muito bem o meu lugar e o meu tamanho no mundo. É: agá, de hernâni, e pronto.
O meu sonho, um dos meus mais de mil inconsoláveis sonhos, era, porém, chamar-me e poder assinar H. Ramos. Quero dizer, agá ramos.

P.S. - O poeta português Sá de Miranda, introdutor do soneto e do dolce stil nuovo na nossa língua, morreu em Amares no dia 15 de Março de 1556, com 76 anos. Sá de Miranda tinha um liceu muito jeitoso em Braga onde eu fiz exames razoavelmente brilhantes, no meu tempo de seminário.

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