Até o fim
Até o fim com esta garganta
e estes olhos
líquidos, até o fim
com estas mãos
trémulas.
Até o fim com estes pés exaustos
e estes lábios costurados
ao pé da noite. Até o fim
sem dizer nada.
Até o fim estes canais premindo
o sangue.
Até o fim o obrigatório oxigénio
sobrevivência
no abstracto
difícil ar.
Até o fim a tinta ilesa do amor
na alma,
até que quebrem as epidermes
desta mentira,
e o fim prossiga
até o fim.
Walmir Ayala
(Walmir Ayala nasceu no dia 4 de Janeiro de 1933. Morreu em 1991.)
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