sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

À hora ou há ora?

À hora ou há ora? - perguntou o gramático, manhoso, como se os agás e os acentos, agudos ou graves, fossem visíveis nas conversas. - Há ora - respondeu o discípulo, mais convencido era impossível. - Há ora?!... - exaltou-se o gramático - Há ora?!?!... - ameaçou o gramático, entremeando os pontos de interrogação e de espantação, e insistindo perdigotamente nas velhas reticências. - Há ora, mestre - perseverou o discípulo, humilde porém seguro. - Há ora, mas e além disso...

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