segunda-feira, 16 de dezembro de 2019
Um "santo Natal", dizem os incréus
Rais parta a moda dos votos de "santo Natal". Rais parta o vírus. Parece
que não chegava o desejo de "feliz Natal", a encomenda de "bom Natal",
parece que não era suficiente. Não, agora pregam-me com o "santo Natal",
esfregam-mo no focinho. Está certo os meus dois amigos padres que me
fazem sempre questão de "santo Natal", são padres, é-lhes de direito e
de ofício, estão perdoados. Agora outros, certos e determinados, venais,
filisteus, alguns até concubinados, criaturas que não vão à missa, que
não rezam o terço, que não fazem novenas, que não põem os pés nas
procissões, que não abrem a porta ao compasso, que vão a Fátima por
causa do leitão na Mealhada, que acham que o Te Deum jogava no Sporting,
que pensam que a besta do Apocalipse é um gajo muito burro chamado
Apocalipse, que
tampouco sabem quantas são as pessoas da Santíssima Trindade, virem-me
com o "santo Natal", sem sequer suspeitarem do que a coisa quer dizer,
isso eu não deixo passar. E portanto aqui fica o meu mais veemente
protesto, amém.
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