Quando Manuel António Pina morreu, por assim dizer, em Outubro de 2012, os amigos de Manuel António Pina fundaram o Clube dos Amigos à Espera do Pina. Outros amigos de Manuel António Pina fundaram o Círculo Literário e Artístico Manuel António Pina.
Sinceramente achei então que o Pina não merecia tanto. Quero dizer: não
merecia tanta vaidade e inveja, tanto acotovelamento, tanta sede de aparecer à pala do desaparecido, vamos um supor. O Pina de
certeza que não sabia que tinha tantos amigos. E ainda por cima amigos desavindos. Que fartura!
Duas-colectividades-duas em nome do Pina, no Porto que ainda há pouco enterrara e responsara a Fundação Eugénio de Andrade, com o descaramento de quem limpa as mãos à parede. Eugénio de Andrade, esse - não sei se tem amigos ou se alguém espera por ele...
Ignoro o que se passa hoje em dia com aquelas duas pressurosas e exclusivas agremiações pinaculares. Desconheço se ainda existem, se bolem, se são nenhuma ou se se multiplicaram por vinte. O Pina é grande e faz anos domingo. Chega para todos: para os compinchas de verdade e
para os simpatizantes, curiosos, atrevidos e outros aproveitadores. Eu
sou um simples admirador das palavras de Manuel António Pina, só lhe conhecia a voz
da televisão e da rádio, naquele falar de quem fala, e do olá no elevador do Edifício JN, e parece que o estou a ouvir dizer: -
Sirvam-se.
Sem comentários:
Enviar um comentário