A construção
Aqui,
neste sítio ameno,
edifico o poema
sobre um chão de cardos.
E não construo em vão,
que em vão não constrói
quem,
aqui como em qualquer ermo,
pedra a pedra, dia a termo,
acrescenta ao pó da origem
o que desgasta, fere e dói.
Nem guarda monto ao construído,
que nunca sei preciso o canto,
nem de pé ou terminada a obra.
Guardador sou, sim, do que é sentido,
não do canto, íntegro ou fendido:
Se por precário arrimo o verso greta,
edifico de novo, aqui ou em Creta.
"Veio e Via", Geraldo Pinto Rodrigues
neste sítio ameno,
edifico o poema
sobre um chão de cardos.
E não construo em vão,
que em vão não constrói
quem,
aqui como em qualquer ermo,
pedra a pedra, dia a termo,
acrescenta ao pó da origem
o que desgasta, fere e dói.
Nem guarda monto ao construído,
que nunca sei preciso o canto,
nem de pé ou terminada a obra.
Guardador sou, sim, do que é sentido,
não do canto, íntegro ou fendido:
Se por precário arrimo o verso greta,
edifico de novo, aqui ou em Creta.
"Veio e Via", Geraldo Pinto Rodrigues
(Geraldo Pinto Rodrigues nasceu no dia 7 de Fevereiro de 1927. Morreu em 2004.)
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