Meados de Agosto de 2015. "Cão deixado no lixo dentro de um saco gera onda de solidariedade em Vila Real", anunciava o jornal Público, em título fim-de-semaneiro. E acrescentava: "Plataforma Proanimal alerta que nesta altura do ano há mais animais abandonados e menos pessoas disponíveis para os acolher." Meados de Julho de 2023 e insiste o público, que nisto não brinca em serviço: "O Verão é, cada vez mais, sinónimo de abandono animal." Verdade como punho, ontem como hoje. Embora não gere nenhuma "onda de solidariedade", está curiosamente a acontecer o mesmo com os velhos e com os recém-nascidos, por assim dizer, humanos - cada vez mais abandonados e com cada vez menos pessoas disponíveis para os acolher, e então no Verão morrem como tordos, não sei se será do tempo. É. Vivemos realmente uma "altura do ano" filhadaputa. Mas os cãezinhos, Senhor...
P.S. - "Portugueses já gastam mais com cães do que com bebés", dizia a capa do semanário Expresso, em Outubro de 2011. Hoje é Dia Internacional do Animal Abandonado. O abandono de animais é considerado crime, o abandono de pessoas às vezes também. E está certo.
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