Em trinta palavras exactas, a senhora condutora disse tudo o que era necessário ser dito naquele momento, com objectividade, sem eufemismos nem semânticas, num português escorreito, directo, universalmente compreensível, eficaz. Responsável. A assunção do "erro de sinalização" e da "paragem brusca", a preocupação imediata com os passageiros. Mas ninguém se magoou.
Pensei: que exemplo extraordinário para os nossos comunicadores de merda - governantes, ex-governantes, candidatos a governantes, candidatos a candidatos a governantes, políticos de uma forma geral, altos irresponsáveis, baixos responsáveis, autoridades civis, militares e religiosas, minhas senhoras e meus senhores, telecomentadores, radiofloricultores, trolhas conversadores, politólogos, peritos encartados, periquitos amestrados, vendedores de retroescavadoras com luzinhas e centros de exposições transfronteiriços, taxistas, barbeiros, enchedores de chouriços, especialistas em sarrabulho e fumeiro, jornalistas tremendistas e endrominadores para todo o serviço, que falam sobejamente, eu até reconheço a maioria das palavras, mas não sei o que eles dizem...
P.S. - O Metro do Porto foi inaugurado no dia 7 de Dezembro de 2002.
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