Sou Bomba, Dezassete e Perna-de-Pau, por parte do meu pai, e sou
Neques, por parte da minha mãe, com muito gosto. Já me chamaram Américo,
Pobre, Padreca, Sacerdote, Profeta, Bítala, Cabeludo, Guedelhudo,
Hippie, Careca, 05613478, Amélia, Caixa-de-Óculos, O das Barbas, Ó Tio Ó
Tio, Gramático, Chefe, Doutor, Professor, Andrade, Pau de Virar
Tripas, Gordo, Ex-Gordo, Hernano, Hermano, Herlânder, Hermo, Hérnio,
Irrenane, Renane, Ranano, Renamo, Ernesto, Aquele Senhor, Ó Senhor!,
Doente da Cama 2, Próximo!, Nanes, Se'Nane, Belingue, Berlingue,
Bilingue, Berlindes, Boelingue, Bolingue, Dillinger, Dilingue,
Volkswagen. Eu prefiro que me chamem Simplício.
Por exemplo. Aqui atrasado, num contacto telefónico com a NOS, recebi
uma nova medalha: Galinhas. A simpática e diligente operadora chamava-me
Sr. Galinhas, Sr. Hernâni Galinhas. Só para aí à terceira ou quarta vez
é que eu percebi e desatei a rir, elogiando a agradecendo tão original
rebaptismo. "Mas o senhor não me disse que se chama Hernâni Galinhas?",
perguntou-me a menina-senhora, um bocadinho confusa e pareceu-me que
também algo constrangida. "Doellinger, eu disse Doellinger", tentei
explicar. "Hã?...", tarmamudeou a eficiente profissional, cada vez mais
desbaratinada. "Façamos assim: trate-me por Silva, Hernâni Silva. Ou então, olhe, chame-me Simplício, simplesmente Simplício", resolvi enfim. E foi assim que nos entendemos.
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