Os irmãos Dalton eram oito, quatro de cada vez. Começaram por ser Bob, Grat, Bill e Emmet, mas morreram, faz de conta, e foram substituídos pelos primos mais à mão, os impagáveis Joe, William, Jack e Averell. Estes quatro eram bastante filhos da mãe, da Mãe Dalton, vestiam às risquinhas, deslocavam-se em escadinha, sempre do mais pequeno para o maior ou vice-versa, e Lucky Luke fazia-lhes a vida negra.
Houve também o bando dos Dalton a sério (à séria, se lido em Lisboa). Eram especialistas em bancos e comboios, actuaram com assinalável sucesso no Velho Oeste americano entre 1890 e 1892 e chamavam-se Tim Evans, Bob Dalton, Grat Dalton e Dick Broadwell. Foram abatidos pela polícia durante o assalto a uma dependência bancária em Coffeyville, Kansas, e tiveram todos um lindo enterro.
Há ainda a registar Timothy Dalton, aquele actor galês e fraquinho que fez por engano dois 007, o Dalton Ico e o Dalton Trevisan, famoso escritor brasileiro entendido em vampiros e ganhador dos prémios Camões e Machado de Assis, entre outros. O mais destacado membro da família terá sido, no entanto, o cientista inglês John Dalton (1766-1844), químico, meteorologista e físico, um dos primeiros a defender que a matéria é feita de pequenos nadas, os átomos, e inventor da "lei das proporções múltiplas", melhor chamada Lei de Dalton para não se confundir com a Lei de Ohm.
P.S. - Publicado originalmente em Julho de 2019. A 6 de Setembro de 1803, faz hoje 217 anos, John Dalton, o cientista, começou a usar símbolos para representar os átomos de diferentes elementos. Curiosamente, Dalton festejava nesse dia o seu trigésimo sétimo aniversário.
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