Tem-te aí, negro mar de lágrimas amargas,
Desesperança, oh! mãe dos náufragos da vida,
Distende sem temor as tuas asas largas
Sobre esta alma sem fé, tão mal compreendida!
Já não posso lutar; sucumbi às descargas
De raivoso Aquilão; como uma nau perdida,
Alijo de meu bordo as mais preciosas cargas:
- O riso, o sonho, o amor, a delicia da vida!
Alegria, outro rumo! Esperança, outro norte!
Que a bússola endoideça, e outro país aponte
- A paragem glacial e lúgubre da morte!
Coragem! Nem sequer se contraia um só músculo:
Quero ver apontar, no sombrio horizonte,
O tristonho lilás do último crepúsculo...
Aristeu de Andrade
(Aristeu de Andrade nasceu no dia 3 de Setembro de 1878. Morreu em 1905.)
Desesperança, oh! mãe dos náufragos da vida,
Distende sem temor as tuas asas largas
Sobre esta alma sem fé, tão mal compreendida!
Já não posso lutar; sucumbi às descargas
De raivoso Aquilão; como uma nau perdida,
Alijo de meu bordo as mais preciosas cargas:
- O riso, o sonho, o amor, a delicia da vida!
Alegria, outro rumo! Esperança, outro norte!
Que a bússola endoideça, e outro país aponte
- A paragem glacial e lúgubre da morte!
Coragem! Nem sequer se contraia um só músculo:
Quero ver apontar, no sombrio horizonte,
O tristonho lilás do último crepúsculo...
Aristeu de Andrade
(Aristeu de Andrade nasceu no dia 3 de Setembro de 1878. Morreu em 1905.)
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