Soneto
Olhos onde Amor vive, mas discreto,
Expressões que se fazem sentir na alma,
Sorriso meigo que as paixões acalma,
Se as paixões excitou diverso objecto.
Candura, pensar nobre, e nobre aspecto,
Mil atractivos, que em fervente calma
Podem mudar o gelo, dão-te a palma
Que é da Virtude galardão completo.
Ai, Ritalia!, o meu mal, meu triste fado,
É saber quanto vales, ver-te, ouvir-te,
Morrer por ti de amor, e estar calado.
Mas ah!, devo morrer, devo encobrir-te
Cruéis martírios de meu peito ansiado,
Já que tão longe estou de possuir-te.
"Algumas Poesias", Henrique Ernesto de Almeida Coutinho
(Henrique Ernesto de Almeida Coutinho nasceu no dia 15 de Julho de 1788. Morreu em 1868.)
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