Primeiro Cavaco, o do "promulgo, mas" - que é só para o que lhe dá ultimamente. A esfinge de Belém parece que diz que teme que o novo mapa das freguesias, assim de repente, possa estragar a "autenticidade" dos resultados das eleições de Outubro e pede ao Parlamento que tome todas as medidas (duas antes de cada refeição, até ao fim da caixa) para assegurar que as autárquicas decorrem com "transparência" e "normalidade".
E depois Vieira, sem mais nada a que se agarrar, aproveita a boleia e acrescenta que a lei agora promulgada pode pôr em causa tarefas como o recenseamento eleitoral ou a disponibilização de espaços e urnas no dia das eleições.
De que país falam Cavaco Silva e António Vieira? E de que eleições? É de Portugal? É das autárquicas? Das eleições nas freguesias? É?
Então podem ficar descansados. Cavaco não sabe, porque não faz a mínima ideia do que se passa no País, mas Vieira devia saber e se calhar sabe: as eleições autárquicas correm sempre bem, quer chova quer faça sol. O mapa não interessa para nada, a logística é um pormenor, as chapeladas são as do costume. Bebem-se uns copos à boca das urnas e nas urnas propriamente ditas, faz-se uma almoçarada com o pessoal de serviço de todos os partidos, que são o PPD e o "da mãozinha" mais o gajo do PC que vem de fora e é um picuinhas. O pai vota pelo filho que é tolinho, o filho vota pelo pai que já morreu, pai e filho votam pela avó que está muito atacadinha e não pôde vir, e depois a avó vem e vota também. Há quem vote em dois lados, há quem vote duas ou três vezes no mesmo lado, há quem vote nos dois partidos, e vale, há quem vote em quantas freguesias for preciso, é só dizer, há quem queira e possa votar e não deixam, há quem se faça de ambulância, há quem se faça de parvo, há quem chame a polícia, há quem chame pelo gregório agarrado ao garrafão levado pelo presidente da mesa a mando do presidente da junta. Chegada a hora das contas, vai-se aos cadernos e à acta, acrescenta-se aqui, desarrisca-se ali, rasgam-se uns papéis, queimam-se, noves fora nada, o chato do PC também assina, e no fim bate tudo certo. Podem crer: bate tudo certo. E isto, meus senhores, é que é democracia. Autêntica, transparente, normal.
De que país falam Cavaco Silva e António Vieira? E de que eleições? É de Portugal? É das autárquicas? Das eleições nas freguesias? É?
Então podem ficar descansados. Cavaco não sabe, porque não faz a mínima ideia do que se passa no País, mas Vieira devia saber e se calhar sabe: as eleições autárquicas correm sempre bem, quer chova quer faça sol. O mapa não interessa para nada, a logística é um pormenor, as chapeladas são as do costume. Bebem-se uns copos à boca das urnas e nas urnas propriamente ditas, faz-se uma almoçarada com o pessoal de serviço de todos os partidos, que são o PPD e o "da mãozinha" mais o gajo do PC que vem de fora e é um picuinhas. O pai vota pelo filho que é tolinho, o filho vota pelo pai que já morreu, pai e filho votam pela avó que está muito atacadinha e não pôde vir, e depois a avó vem e vota também. Há quem vote em dois lados, há quem vote duas ou três vezes no mesmo lado, há quem vote nos dois partidos, e vale, há quem vote em quantas freguesias for preciso, é só dizer, há quem queira e possa votar e não deixam, há quem se faça de ambulância, há quem se faça de parvo, há quem chame a polícia, há quem chame pelo gregório agarrado ao garrafão levado pelo presidente da mesa a mando do presidente da junta. Chegada a hora das contas, vai-se aos cadernos e à acta, acrescenta-se aqui, desarrisca-se ali, rasgam-se uns papéis, queimam-se, noves fora nada, o chato do PC também assina, e no fim bate tudo certo. Podem crer: bate tudo certo. E isto, meus senhores, é que é democracia. Autêntica, transparente, normal.
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