segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Faz-me um colchete

Há quem diga que não há diferença nenhuma entre um broche e um colchete, que são uma e a mesma coisa. Por exemplo, o Dicionário da Língua Portuguesa (7.ª edição) da Porto Editora, que é o que tenho aqui sempre à mão, considera-os, ao broche e ao colchete, sinónimos. Eu, com o devido respeito, discordo. Para mim, tirando o che que ambos ostentam, não há comparação possível entre um broche e um colchete. Um broche é um broche e um colchete até pode ser um parêntese recto. Um é uma coisa e o outro é, às vezes, um empecilho. Só quem não passou por eles é que se confundirá. Sei do que falo. Também sei de salas de costura, não cuidem, mas, vamos lá, admitindo a paridade, se vosselências forem gramáticos como eu e quiserem tirar a questão a limpo, se tiver que ser um ou outro, se pretenderem escrutinar a minha preferência, perguntem-me então sem tibiezas: broche ou colchete? E eu digo logo e sempre: broche. Broche, evidentemente.

P.S. - Gramático era o que me chamava o Empregado do Arquivo quando, por azar, calhávamos no mesmo autocarro. O Empregado do Arquivo, assim autodenominado, meu camarada de Primeiro de Janeiro, morava, se não me engano, no Hospital Conde Ferreira e era filho do poeta Alberto Serpa, que lhe batia. Na próxima aula abordaremos as concomitâncias e respectivas adjacências da palavra pilão. Até lá.

3 comentários:

  1. rsrsrsrsrsrsrs lembro-me bem desse "nosso camarada"do Arquivo, morava no Hospital Conde de Ferreira e, sempre que chegava ao Jornal, cumpria o ritual de parar em frente à porta algum tempo, só entrando, depois de rodar duas ou três vezes sobre si mesmo. Fico à espera do próximo capítulo.

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  2. Quem trabalhou no Janeiro, não arejava bem as ideias. Devia de ser porque sabia que o jornal ia virar centro comercial...
    Mas concordo com o se Nane: um broche fica sempre bem em qualquer altura. Já o colchete, tem dias!
    Grande abraço,
    P.

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