Este ano também não. Era hoje, andava a roda do Prémio Nobel da Literatura 2022, número praticamente redondo e repetitivo, tão ao nosso feitio bissexto e esotérico, mas nem assim. António Lobo Antunes, nada, nem sequer a terminação. Cada vez mais acredito que os membros da Academia Sueca jogam muito bem às cartas mas não lêem, consomem briefings de modas políticas e tendências sociológicas, vêem séries na televisão, emborcam uns brännvins, e depois - bêbados, ensonados, de olhos vendados e de costas - atiram um dardo ao mapa-múndi e onde calhar calhou. Já disse que cada vez mais, não disse? Pois então repito: cada vez mais estou como o nosso Lobo Antunes - quero que o Nobel se foda. E se a puta da seta com o prémio, para o ano, acertar aos trambolhões na minha casa, eu não estou, eu não quero.
P.S. - A francesa Annie Ernaux, autora de "Os Anos", foi hoje anunciada pela Academia Sueca como Prémio Nobel da Literatura 2022.
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