quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O cardeal inspector

No dia 20 de Agosto de 1912, faz hoje cento e oito anos praticamente redondos, rezam as efemérides oficiais que o Papa nomeou "inspectore" o cardeal patriarca de Lisboa. Pelas minhas contas, e cuidado que eu não sou de fiar, o papa era Pio X e o cardeal patriarca era D. António I, aliás António Mendes Bello assim com dois éles. Leio no sítio da Fundação Mário Soares que, com esta medida, o Vaticano quis demonstrar que o Governo português cumpria com as obrigações da Concordata, não obstante a sua política anticlerical. Isto até pode estar tudo muito bem, e eu não acredito que esteja, mas incomoda-me como furúnculo nadegueiro que o nosso cardeal patriarca tenha sido promovido a inspector. A sério (à séria, se lido em Lisboa), inspector?! O cão Max, vá que não vá... o cardeal é que não! Como católico inteiro, posto que não consumidor, este é um velho desgosto que trago há que anos ferrado aqui dentro, in pectore.

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