quinta-feira, 9 de julho de 2020

Microcontos & outras miudezas 214

E assim nasceu Portugal
Afonso Henriques, esse gabiru de estilo motoqueiro que gostava de vestir saias e há quem diga que batia na mãe, tinha uma espada que pesava toneladas e não cabia no guarda-vestidos e nem sequer existiu. O espadalhão. Já o jovem Afonso ficou na história da moda por ter sido o criador da maxissaia. Morava geralmente no austero Castelo de Guimarães e tinha um anexo charmoso chamado Paço dos Duques onde dava as suas festas que eram sobremaneira constadas. No dia 24 de Junho de 1128, faz hoje anos, depois de uma dessas iglantónicas farras, noitada de São João ainda por cima, Afonsinho do Condado acordou digamos maldisposto, bebeu um copo de água da mina com bicarbonato, mandou chamar o pessoal e derrotou a progenitora, Dona Teresa de Leão, mailo seu amante galego, Fernão Peres de Trava, na Batalha de São Mamede, levada a efeito ali mesmo nas redondezas.
Isto explica mais ou menos o que ouvi uma vez no Parque da Cidade do Porto. Foi apenas um momento, o tempo de nos cruzarmos, mas deu para perceber que a conversa ia animada. De mão dada com a mãe, o miúdo, de seis ou sete anos se tanto, perguntou, cheio de certeza na resposta: - Ó mãe, a Espanha já deve ter sido de Portugal, porque D. Afonso Henriques ganhou a Espanha, não é? Já não escutei o que lhe respondeu a mãe, mas deve-lhe ter dito que não, que não é bem assim. E no entanto...

Oportunidade
Não perca a morte. Ela vem só uma vez. 

Distância
Levava muito a sério as recomendações das autoridades sanitárias a propósito do afastamento físico. Mantinha a própria sombra a pelo menos metro e meio de distância.

O futuro está no teletrabalho
Tem sido um sucesso o apoio domiciliário em teletrabalho a idosos sozinhos e acamados. O Governo pretende alargar a experiência aos transportes públicos e à construção civil.

Na sombra
Fechou-se em casa, com medo de ser contaminado. E manda a sombra fazer-lhe os recados.

Como quem demolha bacalhau
Com a pressa de acabar o campeonato de futebol dentro do prazo, as equipas são obrigadas a jogar praticamente de 72 em 72 horas. Como quem demolha lombos de bacalhau de quatro quilos.

A Coca faz-me falta
A pandemia quase que me tira a fé. Fátima foi o que foi e mesmo assim deu para o torto, o Senhor de Matosinhos andou por aqui a passear de atrelado, não sei como vai ser agora com a Senhora de Antime, em Fafe, mas sobretudo fez-me falta a Coca. A Festa da Coca de Monção, que coincide com o Corpo de Deus, também ficou sem efeito este ano derivado ao coronavírus. Eu estava habituado, gosto da Coca - para que é que hei-de mentir? Gosto. E a seguir, uma boa foda.

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