domingo, 24 de novembro de 2019

O homem que sabia de codornizes

José Mário Branco. Conta a jornalista Catarina Carvalho, do DN, que José Mário Branco lhe disse uma vez, durante a produção de um disco para uma fadista famosa, que aquilo era trabalho de rigor, de filigrana. "É chupar os ossinhos da codorniz", explicava o mestre.
Fiquei contente. José Mário Branco sabia de quase tudo e, tomem lá, até sabia de codornizes. E eu não sei de nada, mas desunho-me satisfatoriamente com as codornizes. A minha platónica relação com José Mário Branco era de admiração e reverência. Sobretudo respeito: silêncio, que se vai ouvir José Mário Branco. A partir de hoje a nossa relação é de camaradas, acho que tenho esse direito. Que ninguém separe o que a codorniz uniu. E era mais duas bifanas e dois fininhos, se faxavor!

P.S. - No mesmo DN escreve-se sobre "tetos" para os sem-abrigo em Lisboa. Tetos, pois. Quando forem horas de mamar, chamem-me.

2 comentários:

  1. Ainda que à primeira vista possa não fazer sentido, até consigo entender a associação do acto de chupar à filigrana. Agora, os ossinhos de codorniz é o que me está a escapar.

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