segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Controlinveste fecha, com dívidas de 548 milhões

O empresário Joaquim Oliveira apresentou em tribunal um pedido de insolvência da Controlinveste, tendo em vista a liquidação da holding, contam hoje os jornais. A Controlinveste deve aos bancos 548 milhões de euros. Depois dos despedimentos em barda, a falência pelo soleno. Que o Tarrenego! foi adivinhando: 

Elvis não morreu e o jornal 24horas também não
Os Oliveiras e seus lambe-botas corcundas rebentaram com o jornal 24horas. Que seria uma merda, mas uma merda muito bem feita e que lhes saía ao preço da uva mijona, de tão bons e poucos que éramos. Há treze anos, quando lá suava as estopinhas e os jornalistas de referência, gravata e fato às riscas faziam pouco de nós, eu dizia-lhes que se rissem baixinho, porque um dia todos os jornais portugueses seriam como o 24horas. E são. Todos. Embora feitos evidentemente por jornalistas de referência, gravata e fato às riscas que trabalham pouco e agora já não têm vergonha nenhuma, nem do prejuízo que dão. O bom jornal 24horas de Alexandre Pais, que uma certa e determinada rapaziada depois descarregou sanita abaixo, está, hoje em dia, muito bem representado na imprensa nacional. "Je suis 24horas", dizem eles todos os dias, sem saberem que dizem, porque eles também não sabem o que fazem. Mas o 24horas, o genuíno, faz falta, e então nesta época tão asinina seria um mimo. Não fazem ideia do que eu me rio ao ler os momentosos assuntos que saem agora nos jornais e a pensar no que nós teríamos feito com eles. Seria um sucesso, diariamente a malhar e o público e pedir bis, coisa para anos. A desgraça que nos caiu em cima foi ter-se-nos acabado o folhetim da "pequena Maddy", que era o nosso abono de família. A extraordinária CMTV anda agora a desenterrá-la e deve estar a facturar em grande.

(Texto originalmente publicado no dia 11 de Junho de 2016. Como se fosse hoje.)

Controlinveste, a imparável: mais 160 para a rua
Parece que Joaquim Oliveira vendeu os jornais a Angola. E depois? Qual é o escândalo? O que é que Portugal perde com a passagem do Jornal de Notícias e do buraco do Diário de Notícias para as mãos de um grupo angolano? Perde independência? Isenção? Credibilidade? Transparência? Rigor? Qualidade? Profissionalismo? Competência? Seriedade? Memória? Deontologia? Dignidade? Referência? Jornalismo? Não se perde o que não há. Talvez se percam empregos. Mas estou em condições de assegurar que isso já aconteceu outras vezes, mesmo antes da chegada dos angolanos.

Uma vez, o estado-maior da Controlinveste descia no elevador do Edifício JN do Porto e eu também. Entrei a meio caminho para ir a casa comer a sopa. Era ir num pé e vir no outro. Disse boa tarde, mas ninguém me ligou. Aquela gente não ouve, não vê nem pensa para além do umbigo de cada qual. Iam todos entretidos na galhofa, preparando mais uma leva de despedimentos. A maior de todas. Eram os filhos do Joaquim, acolitados por um ou dois administradores anónimos limitados e pelo director de publicações, João Marcelino. E era exactamente Marcelino o animador de serviço, exibindo a capa do Diário de Notícias daquele dia. Dizia o também director do DN - "O que é preciso é isto: mete-se aqui este vermelhinho e está o assunto resolvido, é só vender".
João Marcelino referia-se à foto do Benfica que dominava a primeira página do DN. E (deixemo-nos de hipocrisias) não estava a dizer nenhuma asneira. Haja Benfica! O Diário de Notícias tem finalmente quem o compre.

Hoje a Controlinveste anunciou o despedimento de mais 160 trabalhadores. E eu nem sabia que ainda havia tantos para despedir. Num país a sério, em jornais a sério, os directores que dão prejuízo é que vão para o olho da rua. Aqui a culpa é sempre do porteiro. E viva a Selecção!

(Texto originalmente publicado no dia 11 de Junho de 2014. Como se fosse hoje.) 

A família Oliveira
Em finais de 2010, António Oliveira anunciou que ia processar o filho, Vasco Oliveira, por declarações feitas pelo rapaz após a expulsão da Casa dos Segredos da TVI. Declarações "gravíssimas", que "ofendem" a "honra e a consideração" da família Oliveira, explicou então, em comunicado, o antigo seleccionador nacional.
Na resposta, obviamente que ao jornal Correio da Manhã, Vasco disse: "Se ele [o pai] pensa que é o rei do mundo, está enganado. Tudo o que ele fez, os podres, serão divulgados". E três meses depois avisou que estava a escrever o "livro do ano". "Vou contar o que ninguém sabe. Novos segredos que vão deixar todos de boca aberta. Os podres do meu pai virão ao de cima", voltou a ameaçar, mais uma vez através do CM.
Não sei se o processo foi em frente, não sei se o livro saiu.
Sábado à noite, António Oliveira foi à RTP-N e acusou o irmão e ex-sócio Joaquim Oliveira de controlar o futebol português através da Olivedesportos. "O presidente da Federação é colocado por um lóbi fortíssimo que existe em Portugal. O presidente da Liga é colocado na Liga por interesses do lóbi que domina o futebol em Portugal, que é a Olivedesportos, obviamente. Mas eu já o disse publicamente. Sem o ‘São Martinho’ de Penafiel [terra natal dos manos Oliveira], alguma vez o Fernando Gomes iria para presidente da Liga?", questionou o ex-treinador, admitindo também ter sido chamado para a selecção nacional por influência da Olivedesportos.
Não sei se estas declarações são "gravíssimas" e "ofendem" a "honra e a consideração" da família Oliveira. Não sei se Joaquim Oliveira vai processar o irmão e ex-sócio.
Decerto não. O profile de Joaquim é demasiado low. Ademais, ele e os filhos andam ocupadíssimos a dar cabo de jornais e da vida de centenas de trabalhadores.

(Texto originalmente publicado no dia 9 de Janeiro de 2012. Como se fosse hoje.) 

P.S. - O jornal 24horas nasceu em 1998 e morreu oficialmente em 2010, um ano depois de os seus alegados responsáveis terem liquidado a sangue frio a Redacção do Porto. Podem limpar as mãos à parede. Mas tinha piada o pasquim, que, repito, até chegou a ser bem feito, e é a bíblia do jornalismo que hoje se faz em Portugal.

3 comentários:

  1. A CORJA OLIVEIRAS. NESTE PAÍS DE BANDIDOS JÁ NADA ME ADMIRA.
    Gaspar de Jesus

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  2. O 11 de junho é uma merda. Praticamente um 11 de setembro.

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  3. Não tinha reparado nessa coincidência.
    11 de Junho é também dia dos gajos de fato às riscas começarem a preparar a festança da noite a seguir para festejar mais uma leva de cento e tais para o desemprego.
    Gaspar de Jesus

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