quinta-feira, 12 de julho de 2018

O futebol é bom é com gajas. Gajas boas...


Não sei quem foi que começou, mas foi no estrangeiro. O desporto na televisão passou a ser sobretudo bancadas. Antes, durante e depois. O entretanto do campo é agora apenas uma obrigação publicitária, um bocejo de todo o tamanho. As câmaras procuram é gajas de arrebita. Gajas boas, finas e bonitas, se possível com três quartos de mamas à mostra, e eu gosto. Mas... se de repente as gajas boas, finas e bonitas metem o dedo no nariz e vão comer o carranho de há três dias, a câmara foge a sete pés que não tem, porque gajas boas, finas e bonitas não comem carranhos. São as ordens. Comem pistácios homologados pela FIFA e pela UEFA.
Pago um dinheirão pela minha televisão. Rima e é verdade. Não vejo nada, mas gosto de passar os olhos por tudo. E lá estão as gajas boas, finas e bonitas. Nas bancadas. Nas bancadas do ténis que é bem, do basquetebol americano, do voleibol português com side-out, do hóquei em patins de trazer por casa, do andebol, evidentemente do futebol, do pingue-pongue, do hipismo, do motociclismo, da Fórmula 1, da Fórmula 2, da Fórmula 3, da fórmula mágica e das fórmulas todas. Também do bólingue, dos dardos e do braço-de-ferro, simpáticas modalidades que, para ser correcto, ainda andam à procura de gajas boas, finas e bonitas. Nas bancadas.

(Texto escrito e publicado originalmente no dia 3 de Novembro de 2013. A FIFA, leitora do Tarrenego! desde pequenina, porém de compreensão lenta, acordou hoje para o sexismo e resolveu proibir as televisões de mostrarem raparigas bonitas nas bancadas durante as transmissões dos dois jogos que restam ao Mundial da Rússia. Só camafeus.)

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