domingo, 14 de janeiro de 2018

Das quentes e boas à fresca e doce

"Quentes e boas" são as castanhas, assim chamadas derivado à própria cor. Este Inverno por acaso até só foram quentes, às vezes nem isso, de resto apresentaram-se geralmente uma boa merda - secas, bichosas, bolorentas até. Mas ao que interessa: o pregão era, e ainda é, "Quentes e boas!", ou, como se dizia em Fafe, "Castanhas assadas a vapor, oh que boas, oh que boas!..."
No Verão da minha terra já a conversa era outra. Umas abençoadas senhoras andavam pela caloraça das feiras e romarias vendendo copos de água de mina adoçada com açúcar amarelo e um remoto gosto a limão. Em cima da cabeça a rodilha e por cima da rodilha, consoante o uso dos sítios, uma bilha de barro ou um cântaro de lata revestido a cortiça. Anunciavam "Fresca e doce!", e desatavam a fugir, de socos na mão, mal se precatavam do fiscal da Câmara...

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