Se ela soubesse ler
Se ela soubesse ler - que bom seria!
Que bom! Com que prazer
E comoção meus madrigais leria,
Se ela soubesse ler!
—-
Se soubesse escrever - oh! que alegria
Não havia de ser!
Que páginas de amor me escreveria
Se soubesse escrever!
—-
Mas quantas outras, quantas, não podia
De estranha procedência receber!
E então - que horror! Que grande horror seria,
Podia a todas elas responder.
—-
Permita o justo céu que a desalmada
Que assim me soube o coração prender
Aprenda a amar-me apenas, e mais nada,
Porque mais nada lhe convém saber...
Agenor Silveira
(Agenor Silveira nasceu no dia 7 de Abril de 1880. Morreu em 1953.)
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