sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Esperem pela pancada

Portugal tem uma taxa de desemprego oficial na ordem dos 17 por cento. Os portugueses realmente desempregados são muitos, muitos mais por cento. Mas. Diz um estudo: 65 por cento dos, vá lá, 83 por cento dos portugueses que oficialmente têm emprego estão enfadados com o trabalho. Dizem-se insatisfeitos, manifestam-se desmotivados e desligados da empresa que lhes paga, ou nem sempre. Uma chatice, uma tragédia.
As percentagens são uma armadilha. E os "estudos" são uma treta. Foram sempre uma treta desde a invenção da roda e agora que já há parafusos são também um perigo. Porém. Este "estudo" em particular, valendo zero, põe-nos lamentavelmente as partes ao léu: em tempos socialmente cataclísmicos, dias sem-vergonha em que nem os velhos nem as viúvas se salvam, há gente da nossa que não sabe dar o valor ao que ainda tem - e já nem peço o respeito por quem não tem nada.
O indesculpável Pedro Passos Coelho está a tratar do assunto destes portugueses desconsolados com o emprego. Mais dia menos dia eles estarão também no olho da rua e, finalmente, felizes da vida. É o que não lhes desejo.

Diz que está a dar futebol da televisão. A Selecção. "Tivemos" 63,3 por cento de posse de bola. Estatristicamente.

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