terça-feira, 23 de outubro de 2012

Querem matar os garranos

                                                                                       Foto Hernâni Von Doellinger

Agora é assim. Garrano que salte a cerca e não traga bilhete de identidade, é para abater. São as ordens da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), em resposta às solicitações da Câmara de Paredes de Coura, que andava muito preocupada com casos de culturas agrícolas vandalizadas ou acidentes provocados por animais "vadios". Tira-se-lhes a tosse e fica o assunto resolvido.
A hipótese campo de concentração chegou a ser ponderada pelo departamento governamental, mas acabou por cair, derivado aos custos envolvidos, em ração e choques eléctricos, optando-se então pelo extermínio directo. A solução final e barata.
Este era um trabalho desenvolvido até aqui por snipers locais em regime de freelance, sem o mínimo de condições, agora o Estado toma conta da pasta e tudo passa a ser feito como manda a lei.
Trata-se, de acordo com a DGAV, de uma medida "coerciva e pedagógica" e de combate ao pastoreio livre. Exactamente. Pode ser que, depois de abatidos, os animais aprendam finalmente a respeitar a propriedade privada. Porque estes animais são uns animais. E para animais, animais e meio - assim se pensou na Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária. O director-geral de Alimentação e Veterinária chama-se Nuno Vieira e Brito.
Este projecto de vanguarda, já no terreno, é a rampa de lançamento de um mais vasto e ambicioso programa interministerial de limpeza de "vadios", que prevê, numa segunda fase, o abate de pilha-galinhas daltónicos, ladrões de melancias que calcem mais de 43, sem-abrigo embrulhados em caixas de cartão de frigoríficos Indesit e peões atropelados em passadeiras e que ainda mexam.

Cuidam que é mais uma das minhas? Não é, lamentavelmente. É assunto sério, notícia de ontem a que cheguei através do blogue Mais pelo Minho, que cita a Rádio Vale do Minho.

3 comentários:

  1. Lá está, a receita é sempre a mesma. O dono faz merda, mata-se o animal. Assim fica o problema resolvido certamente! Esse director-geral de Alimentação e Veterinária chamado Nuno Vieira e Brito há-de ter um Dr. ou Eng. qualquer antes do nome, mas nem por isso deixa de parecer um equídeo que invadiu terreno que, pelo que demonstra, não domina. E se pisa terrenos que não são os dele, das duas uma, ou alguém lhe mostra o caminho ou então, que se encontre uma solução final e barata.

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  2. NUNO VIEIRA E BRITO? Hummmmm, cheira-me a MENINO QUIM...!
    O Gerês sem Garranos é como um jardim sem flores, mas o QUINZINHO não sabe.
    Outra coisa que o MENINO QUIM não sabe, é que os Garranos não têm dono, nascem, crescem, procriam e morrem em plena liberdade. Aí é que reside a mística de que o Gerês se pode orgulhar.
    Depois, ó Dr, Eng, Arq, MENINO QUIM, eu vou ensinar-lhe que, os Lobos, também causam graves prejuízos às populações, mas você não se atreva a mandar matar esses animais, porque eles, tal como os Garranos, fazem parte do eco-sistema do Gerês e estão protegidos por Lei.
    Mas existem outros "lobos" que estão a provocar enormes prejuízos às populações, e a cuja fauna o MENINO QUIM deve pertencer. Esses, estão no Governo e todos nós lhe agradeceria-mos que os fizesse desaparecer das nossas vidas.
    Gaspar de Jesus

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  3. Era isto que a Câmara Municipal de Paredes de Coura queria? Licença para matar...

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