quinta-feira, 31 de maio de 2012

A parábola da caixa de correio

Foi uma quarta-feira quase corriqueira na minha caixa de correio. Na caixa de correio, mesmo: naquela que já existia antes dos computadores e da internet terem sido inventados. Deixaram-me o desdobrável da Media Markt com um Stallone de papelone que é a cara chapada do Gene Simmons, um convite para a Feira do Mundo Rural, na Quinta da Bonjóia, as "7 vantagens" do "cartão de saúde" de uma rede nacional de lojas de óculos, com "especialidades médicas para toda a família", e o folheto como-quem-não-quer-a-coisa de uns desses novos compradores de "ouro, prata, jóias, novo, usado, em mau estado" que tomaram de assalto as nossas ruas e gavetas. Lixo.
O extraordinário é que alguém também lá meteu um exemplar da Voz da Verdade, publicação que até ontem me tinha passado completamente ao lado. E nem admira. Tanto quanto percebi, a Voz da Verdade é a voz do patriarcado de Lisboa e eu moro em Matosinhos. Matosinhos Sul, confesso, mas não creio que seja sul bastante para que já nos tivéssemos encontrado. Mais extraordinário ainda é que as notícias e o jornal têm a data de "domingo-20 de Novembro-2005".


Não sei que mensagem me estão a querer enviar. Nem quem. Nem porquê. Mas se é por causa de eu pensar e ter escrito que a Igreja (a Hierarquia, mais precisamente) anda muito devagar em relação ao Mundo e à História, esclareço já que não era a isto que me estava a referir. Não era às notícias. Embora esta história dos seis anos e meio de atraso até pudesse ser o princípio de uma excelente parábola para explicar o resto.

2 comentários:

  1. Às tantas, o mundo e a história vão em excesso de velocidade. (O que é perigoso e ilegal.)
    M.

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