quarta-feira, 14 de março de 2012

Matosinhos: o último a sair que feche a porta!

1. O Senhor do Padrão, "datado do século XVIII e conhecido também por Senhor do Espinheiro ou Senhor da Areia, assinala o local onde, segundo a lenda, apareceu a imagem do Bom Jesus de Bouças, mais tarde conhecida por Senhor de Matosinhos". Quer-se dizer: o Senhor de Matosinhos nasceu no Senhor do Padrão.
2. De acordo com a educativa e internética informação da Câmara Municipal, que estive e vou continuar a citar, o Senhor do Padrão era um "monumento de fortíssimo impacto visual até inícios do século XX, [...] sendo visível a muitos quilómetros de distância quer do lado da terra quer do lado do mar". Depois vieram o Narciso Miranda e Matosinhos Sul. E eu também.
3. A autarquia assegura que, não obstante estas três pragas dos tempos modernos, o Senhor do Padrão "continua a ser uma importante referência para a cidade e para a comunidade piscatória".
4. O sítio do Senhor do Padrão é uma das saídas da camonagem transatlântica que atraca em Leixões. E até tem uma paragem do Yellow Bus.
5. O Senhor do Padrão é o motivo dominante da heráldica da freguesia de Matosinhos.
6. O Senhor do Padrão está classificado como Monumento Nacional desde 1977 (Decreto-Lei n.º 129/77, de 29 de Setembro).

Isto à conclusão: o monumento do Senhor do Padrão, que vem do século XVIII e que nos regalou a boa-vai-ela da romaria do Senhor de Matosinhos, que tinha um "fortíssimo impacto visual" mas já não tem, que é uma "referência" da cidade e da comunidade piscatória, que dá as boas-vindas a turistas e a outros curiosos, que é uma das jóias da coroa patrimonial do concelho, que é a bandeira da freguesia, que pertence à Câmara, que pertence à Junta, que pertence ao Porto de Leixões, que pertence a todos os matosinhenses e ao País e que até pertence ao IGESPAR, está nesta triste figura:

Foto Hernâni Von Doellinger

10 comentários:

  1. Pois neste caso, não o diabo mas o Senhor do Padrão seja cego (invisual), surdo (insonoro) e mudo (inverbal)!... porque me parece que ao monumento, as autoridades concelhias estão... vá lá... in... (...)...diferentes!

    j.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sempre em cima da jogada, o caro j. Pois muitíssimo obrigadíssimo pela visita e pelo comentário.

      Eliminar
  2. Tens toda a razão Hernâni!
    Esta gente da política é assim mesmo... blá blá blá e mais blá blá blá, mas no fim de contas é o que se vê!
    Parabéns pela foto, que tal como o algodão, não engana!
    Abraço
    Gaspar de Jesus

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado, caro Gaspar de Jesus, pela visita e pelo comentário. Quanto à foto, peço-te desculpa...
      Abraço,
      h.

      Eliminar
  3. O desgraçado do Sr. do Padrao nao dá votos, nem a sua conservação dá reputação! Dá mais jeito recuperar a rede da Anémona! Essa sim, esta novamente sujeita a intervençoes de conservação. É sempre melhor remendar redes do que martelar pedra!! Alias a zona do monumento fotografado é muito frequentada na visita nocturna dos intelectuais matosinhenses aos restaurantes de peixe caro, por isso nunca iriam perder muito tempo a observar a degradação do mesmo. Alguns dos responsaveis nem saberao ao certo o que representa o monumento, e por isso Obrigado Nane por esta tua explicaçao acerca do assunto.
    Abraço Miguel

    ResponderEliminar
  4. Só a despropósito: quanto custou aos matosinhenses (via câmara, claro) a compra de dois campos de futebol? E repito, para não haver confusões: isto é mesmo a despropósito...

    Um abraço
    M. Flórido

    ResponderEliminar
  5. As verdades aparecem sempre a (des)propósito. E como já não há ninguém para fechar a porta, o melhor é pôr o monumento à venda.

    ResponderEliminar