quinta-feira, 17 de novembro de 2011

60 por cento de quê?

Um estudo, daqueles que até parecem feitos de encomenda para sinalizar o caminho a este Governo de palermas e bulldozers, chegou à conclusão de que, num futuro próximo, os portugueses vão receber de reforma pouco mais de metade do seu salário: 60 por cento, vá lá! O estudo foi feito pela Associação Portuguesa de Seguradoras (APS).
O desemprego em Portugal subiu entretanto aos 12,4 por cento, abatendo-se sobre quase 700 mil portugueses. São os números oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE), que só faz contas aos desempregados de papel passado, porque na verdade há mais, muitos mil mais! Mas ainda não são suficientes. Longe disso!
É minha convicção, até, que o Governo de Passos Coelho só ficará satisfeito, só dará o seu trabalho por concluído com sucesso quando Portugal tiver apenas 700 mil empregados, ou 70 mil, se tudo correr como previsto. O primeiro-ministro, que passou quase todo o dia de terça-feira reunido com os principais banqueiros do País, já explicou que o seu objectivo número um para todos nós, os do rés-do-chão, é a pobreza. "Só vamos sair da crise empobrecendo", disse um destes dias o títere de Ângelo Correia. E o caminho mais curto para a pobreza é o desemprego.
O que escapou ao estudo da APS foi o seguinte: no futuro próximo, para que o Governo PSD/CDS continue a receber os torrõezinhos de açúcar da troika por bom comportamento e salve o País que já não vai existir, nós estaremos é todos desempregados por muitos e maus anos, portanto sem salário - palavra que, suspeito, desaparecerá também dos dicionários. Quero eu dizer: quando chegar a idade da reforma, se chegar, nós vamos receber 60 por cento de quê?

3 comentários:

  1. AVISO
    Parece que alguns leitores do Tarrenego! não conseguem, de novo, colocar os seus comentários. Peço-lhes desculpa e deixo-lhes à disposição o meu endereço de e-mail:
    hernani.doellinger@hotmail.com

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  2. Podíamos recuperar um jovem talento que anda perdido pelos corredores da Sorbonne. Que povo ingrato, este!
    M.A.

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  3. Ainda me hás-de dizer o que é que tens concretamente contra o bom do Sócrates...
    Obrigado pela visita e pelo comentário.

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